terça-feira, 25 de outubro de 2011

Médicos deixam pacientes sem o SUS

Os médicos suspendem hoje, por 24 horas, consultas, exames e procedimentos da rede pública de saúde em todo o estado, acompanhando o movimento nacional da categoria para cobrar melhores condições de trabalho, financiamento, remuneração digna com carreira e melhoria na qualidade do atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS). O Sindicato dos Médicos garante, porém, que o paciente que precisar de atendimento de urgência e emergência nos hospitais públicos não será prejudicado, pois esses procedimentos funcionarão normalmente. A suspensão também ocorrerá em outros 20 estados brasileiros. Os médicos farão manifestação, às 8 horas, em frente à Santa Casa de Misericórdia, e depois seguirão em passeata para a sede do Conselho Regional de Medicina (CRM). "Nossa paralisação não é para prejudicar a população. Nós queremos apenas que ocorram melhoras no SUS e melhores salários para os profissionais. Somente os atendimentos eletivos, que são com hora marcada, foram suspensos. As unidades de urgência e emergência continuam atendendo", afirmou o diretor do Sindicato dos Médicos do Pará, João Gouveia.

Ele explicou que a paralisação foi organizada pela Comissão Pró-SUS, composta por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Federação Nacional dos Médicos (Fenam). Segundo ele, mais de 4.500 médicos trabalham no SUS aqui no Pará. "E eles ganham abaixo do piso salarial, que, segundo a Fenam, deveria ser de R$ 9.188,22, para 20 horas semanais. Hoje, os médicos recebem R$ 2.500. É um valor irrisório", disse o sindicalista, ao afirmar que em quatro horas um médico tem que atender mais de 16 pacientes. "Além do baixo salário, do alto atendimento, ainda temos que trabalhar em locais em péssimas condições. A paralisação para cobrar, principalmente, qualidade nos postos de saúde e hospitais", garantiu.

O secretário de Estado de Saúde, Hélio Franco, disse que a paralisação prejudicará a população, mesmo que o atendimento de urgência e emergência esteja funcionando. "Muitas pessoas só conseguem atendimento de especialista por meio do SUS. Milhares de pessoas serão prejudicadas. Se a pessoa estiver com algum problema, que aparentemente não é grave, mas não se tratar, o problema pode vir a ser prejudicial para a saúde dela. As consultas, os exames e os procedimentos cirúrgicos ou não são importantes para os pacientes", afirmou, citando como exemplo as Unidades de Referência Especializadas (UREs), que, por dia, atendem 300 a 500 pessoas. "Elas serão prejudicadas porque os médicos terão que remarcar as consultas e talvez não tenha dia nem horário para consultar mais rápido possível. A manifestação é um direito deles, mas não paralisando as atividades", disse o secretário Hélio Franco.

Fonte: O Liberal

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