Com o objetivo de erradicar acidentes causados por transportes fluviais, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciou nesta quarta-feira (10), em Breves, na ilha do Marajó, o Seminário de Prevenção aos Acidentes com Escalpelamento no Transporte Fluvial.
A programação foi elaborada pelo Comitê Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento. A ideia é discutir as políticas públicas voltadas para a educação, prevenção, tratamento e reabilitação das vítimas deste tipo de acidente. O local foi escolhido por abranger os municípios de Anajás, Bagre, Breves, Curralinho, Gurupá, Melgaço, Muaná, Portel e São Sebastião da Boa Vista – todos com maior número de notificações de escalpelamento no Estado.
Tornam-se vulneráveis os ribeirinhos que usam o transporte fluvial motorizado de pequeno porte com o eixo do motor exposto, no tráfego pelos rios e igarapés. As vítimas ficam mutiladas e algumas vezes desfiguradas. Os acidentes provocam danos físicos, emocionais e sociais a dezenas de pessoas, a maioria delas mulheres e crianças.
Atendimento - Representando o governo estadual, a integrante do Colegiado Gestor da Sespa, Eunice Begot, revelou que já está sendo estruturada uma política estadual de erradicação dos acidentes com escalpelamento. Ela disse ainda que a Sespa também vai trabalhar no fortalecimento dos Comitês Municipais de Prevenção de Acidentes com Escalpelamento.
A médica Socorro Belarmino, da Fundação Santa Casa de Misericórdia, onde as vítimas de escalpelamento são atendidas, assegurou prioridade no atendimento lembrando que os casos mais complexos passaram a ser atendidos no Espaço Acolher, mantido pela fundação.
Socorro Belarmino ainda alertou que as secretarias municipais de Saúde dos municípios marajoaras devem manter em seu quadro médicos, enfermeiras e auxiliares de enfermagem capacitados para prestarem os primeiros-socorros às vítimas de escalpelamento.
A médica e outras profissionais da Santa Casa ministram nesta quinta-feira (11) treinamento aos profissionais indicados pelas secretarias municipais e também do Hospital Regional do Marajó, que é referência em média e alta complexidade, situado no próprio município de Breves.
Defensores públicos da União e do Estado também reforçaram o compromisso em apoio às vítimas. Segundo o defensor público da União Domingos Daniel Moutinho, uma das missões do evento é garantir o acesso das vítimas de escalpelamento aos direitos assegurados. “Nossa intenção é informar às vítimas de escalpelamento sobre seus direitos constitucionais para que todos busquem o apoio jurídico de que precisam”, afirmou.
O seminário em Breves tem o apoio da Defensoria Pública da União, Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Associação dos Municípios do Arquipélago do Marajó (Amam), Secretaria Municipal de Saúde de Breves, Fundação Santa Casa de Misericórdia, Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros, Defensoria Pública do Estado e organizações não-governamentais (ONGs).
Fonte: Diário do Pará
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