domingo, 2 de março de 2014

Tráfico de madeira movimenta R$ 200 bi por ano

O tráfico de madeira extraída da floresta amazônica, principalmente no Pará, movimenta boa parte do comércio de R$ 200 bilhões por ano para países como os Estados Unidos. Os números oficiais são do Ministério do Desenvolvimento do governo brasileiro, para quem somente em 2013, os americanos compraram 240 mil toneladas. Contudo, ainda não é possível dizer qual o volume do comércio ilegal, mas as estimativas apontam um faturamento de R$ 60 bilhões com a exportação de madeira clandestina. Para fechar o cerco à ilegalidade e combatê-la com eficácia, o MPF, o Ministério Público do Pará (MPE) e o Departamento de Justiça dos Estados Unidos querem ampliar a rede de contatos e tornar mais homogênea e integrada a atuação dos órgãos públicos. O secretário de Legislação e Políticas da Divisão de Recursos Naturais e Meio Ambiente do Departamento de Justiça dos EUA, Thomas Swegle, participou em Belém, durante três dias, de reuniões de trabalho para avaliar os impactos do comércio ilegal e buscar soluções eficazes para combatê-lo.

As penas para o comprador vão desde a apreensão do material adquirido até a responsabilização criminal. Ele citou que em um dos casos, os EUA cobraram multa de mais de US$ 20 milhões de um importador de produtos ilegais da África do Sul, e repassaram à África do Sul os recursos arrecadados para compensar os prejuízos provocados pela atividade criminosa. Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) estimam entre 30 e 100 bilhões de dólares o valor movimentado anualmente pelo comércio ilegal. Isto significa, de acordo com o especialista da ONU Christian Nellemann, que entre 10% e 30% da madeira comercializada no mundo vêm de fonte ilegal.
O secretário americano atua diretamente com a Interpol no monitoramento do mercado global da madeira e salienta que 90% dos recursos florestais são originários de países tropicais, como o Brasil. Apesar de grande parte dessa madeira ser consumida pelo mercado doméstico, países como os EUA, China e integrantes da União Europeia são os principais destinos do produto.
Quanto às dificuldades para um combate mais efetivo ao comércio clandestino, o delegado da Polícia Federal, Bruno Benassuly, informa que, apesar de nos últimos dez anos terem aumentado as áreas de terras indígenas e de unidades de conservação, o efetivo da PF continuou sem alteração.
 
Fonte - Diário do Pará

Nenhum comentário:

Postar um comentário