terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Faltam Médicos no Estado do Pará.

A população médica do Pará está muito mal distribuída e, cada vez mais, vinculada a planos de saúde e pouco afeita ao trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS). A constatação é da pesquisa "Demografia Médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades", elaborada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp). De acordo com o estudo, o Pará tem a segunda pior marca do País na relação médico por habitante. São apenas, 0,84 médicos a cada grupo de mil habitantes (pelo SUS, a relação é de 0,50). Só no Maranhão o quadro é inferior, com 0,71 médicos a cada mil pessoas.
Segundo a pesquisa, além do baixo número de médicos, o Pará sofre pela má distribuição desses profissionais. No geral, são 6.565 médicos no Estado, sendo que 73,54% deles (4.828), estão lotados em Belém. A média da capital paraense, inclusive, é a maior da região Norte, com índice de 3,44 - três vezes maior que a razão do Estado como um todo. "Esses dados reforçam os argumentos que temos levado ao debate público, onde esperamos que os gestores tomem as medidas necessárias para que a Medicina possa ser exercida em sua plenitude. Com isso os médicos poderão cumprir sua missão em prol da melhoria da saúde do ser humano e do bem estar da sociedade", destaca o presidente do CFM, Roberto Luiz d’Avila.
O exemplo paraense também é alertado pelo presidente do Cremesp, Renato Azevedo Junior. "Nosso objetivo é superar o que entendemos ser um falso dilema - ‘faltam ou não faltam médicos no Brasil?’ - agregando dados que podem ajudar a estabelecer um diagnóstico mais preciso e abrir o debate com o Governo Federal sobre possíveis soluções para esses casos", salientou. Além do Pará e do Maranhão, o Amapá também figura no rol dos estados com menos de 1 médico por cada grupo de mil habitantes: 0,95. Em todo o País, a média é de 2 médicos, sendo o Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo os responsáveis pelos melhores desempenhos, com 4,09, 3,62 e 2,64, respectivamente. Entre as capitais, Vitória teve o melhor desempenho (11,61) e Macapá o pior (1,38).
A situação é ainda mais alarmante no Pará quando se avalia, especificamente, os postos de trabalho em estabelecimento público (6.112), entre a população atendida pelo SUS. O Pará tem o pior registro entre todos os Estados, cerca de 0,50 médicos cadastrados que atendem pelo SUS para cada grupo de mil habitantes. A oferta chega a ser dezessete vezes inferior ao número de médicos credenciados em estabelecimentos privados que atendem os paraenses cobertos por planos de saúde: 8,49 por mil pessoas (13ª melhor marca entre todos os Estados).
Na distribuição regional, o Sudeste tem a razão mais alta, com 1,35 médico prestando serviços ao SUS por grupo de 1.000 habitantes. Nas demais regiões, os índices são ainda piores. No Sul, há 1,21 médico na rede pública por 1.000 moradores; no Centro-Oeste, a razão é 1,13; no Nordeste, 0,83; e no Norte, 0,66. Em todos os estados, há uma concentração maior de médicos vinculados ao SUS nas capitais em comparação com a realidade vivenciada pelos outros municípios.

Fonte: Oliberal

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