quarta-feira, 9 de maio de 2012

Falta de médicos assombra o Estado

Quase metade dos municípios paraenses está carente de médicos. Ao todo, 62 cidades do Estado pediram ajuda ao Ministério da Saúde para atrair médicos recém-formados. De acordo com o ministério, essa realidade se repete em outros 1.166 municípios brasileiros. Pelos dados oficiais da Pasta de Saúde, com base no Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab), há necessidade de preencher em todo o País 7.193 vagas de médicos, mas, apesar dos incentivos, como oferta de bons salários, apenas 1.460 profissionais (20% da demanda) manifestaram algum tipo de interesse. O número exato da carência de médicos por Estados e Municípios ainda não foi fechado pelo Ministério, mas já é notório que o problema do Pará está no interior.

Pesquisa recente do Conselho Federal de Medicina (CFM) aponta que o Pará sofre pela má distribuição desses profissionais. No geral, são 6.300 médicos no Estado, sendo que 56,5% deles (4.181), estão lotados em Belém. A média da capital, inclusive, é uma das 15 melhores, com 3,09 médicos para cada mil habitantes. Já a população médica do Estado tem a média de 0,83 profissionais a cada grupo de mil habitantes. Só no Maranhão o quadro é inferior, com 0,68 médicos a cada mil pessoas.

De acordo com o secretário Estadual de Saúde, Hélio Franco, o governo tem políticas públicas voltadas para a melhor redistribuição dos profissionais pelo Estado, mas esse remanejamento do corpo médico é impedido pela falta de estrutura em cidades do interior do Estado. Ele explica que os médicos não querem deixar seus empregos em regiões economicamente mais desenvolvidas para atender em municípios do interior, mesmo com salários bem atrativos. "Eles querem receber salários de R$ 25 a R$ 30 mil líquido para trabalhar por 15 dias. O médico, quando vai a essas regiões fica com sua porta lotada, e aí ele coloca a faca no pescoço do prefeito", diz o secretário.

O diretor financeiro da Federação das Associações de Municípios do Estado do Pará (Famep) e prefeito do município de Moju, Iran Lima, explicou que mesmo que os municípios clamem por médicos ao Ministério, o problema está focado, principalmente, na falta de estrutura para o atendimento, em pequenas cidades. "Eles não querem deixar o local aonde trabalham para ir ao interior, e quando vão, nós pagamos cerca de R$ 1,6 mil, livres de impostos, por um plantão de 24 horas", comentou Iran. O prefeito explica que pelo número reduzido de profissionais no corpo médico de sua cidade, é obrigado a ceder e arcar com altos valores pelo serviço médico.

Fonte: O Liberal

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