terça-feira, 15 de novembro de 2011

Greve dos professores indigna pais de alunos

A greve dos professores da rede pública de ensino do Pará, que se arrasta desde o fim de setembro, está indignando os pais de alunos. Carlos Alberto Ferreira é pai de Vitória, de 15, e de Matheus, que tem 13 anos. Ambos estão na 7ª série do Ensino Médio e estudam na Escola Estadual Justo Chermont, no bairro da Pedreira, em Belém.
Diante da postura irredutível dos profissionais da educação em retomar as atividades, já determinada pela Justiça, Carlos entrou com um processo contra a categoria na 1ª Vara da Fazenda da capital pedindo o fim da greve, e no Ministério Público do Estado, pelo direito constitucional ao patrimônio público e à educação, solicitando a formulação de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para a reposição das aulas perdidas.
“Todo ano é a mesma coisa. Eles entram em greve e nunca repõem as aulas como deveriam. Eles (os professores) fazem o protesto deles, voltam ao trabalho e passam as matérias de qualquer jeito, só para aprovar os alunos. Assim os estudantes passam de ano sem aprender nada”, relata.
Dircilene Dutra é mãe de duas meninas que estudam na 6ª e 7ª série do Ensino Médio, no colégio Estadual Maria Antonieta Serra Freira. “É terrível. Como é que pode os estudantes, até agora, em pleno final de ano, estarem sem aula? Eles não vão aprender nada”, desabafa.
Mesmo sem ir à escola, as meninas estão sendo incentivadas pela família a estudar em casa, conta Dircilene.

NEGOCIAÇÕES
As negociações com os professores da rede estadual ocorrem desde o início do ano, a fim de garantir as melhorias que a categoria reivindica. O secretário especial de Estado de Promoção Social, Nilson Pinto, explica que, das reivindicações da classe, o governo já implantou o Plano de Cargos, Carreiras e Remuneração (PCCR), antiga luta dos trabalhadores, e adiantou 30% da diferença existente entre o salário pago pelo Estado e o Piso Nacional Docente, mas os professores exigem a implantação integral do piso nacional, apesar de o Estado não possuir verba para isto.
Enquanto o governo estadual busca meios para adiantar o que está previsto em lei, os grevistas descumprem sentença do juiz Elder Lisboa, da 1ª Vara da Fazenda Pública, que determinou o retorno imediato às salas de aula, sem prejudicar ainda mais a classe estudantil. No entanto, a categoria resiste e exige a implantação integral do piso nacional. As aulas na rede estadual de ensino já estão normalizadas em quase 60% das escolas do Pará, segundo o levantamento diário feito pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Fonte: Diário do Pará

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