domingo, 2 de outubro de 2011

Urubus colocam 18 aeroportos em risco na Amazônia

MANAUS - A Aeronáutica impôs restrições ao pouso e decolagem diurnos de 18 aeroportos da Amazônia. Os terminais apresentam risco devido à proximidade com lixões improvisados e a quantidade de urubus no espaço aéreo. Os animais estão entre as dez aves mais comuns em casos de colisão com aeronaves. As informações são do O Globo.

De acordo com o 4º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cidacta IV), há restrições de voo em seis aeroportos do Amazonas (Manicoré, Carauari, Itacoatiara, Eduardo Gomes [Manaus], Parintins e Tefé), sete do Pará (Tucuruí, Altamira, Júlio Cesar (Belém), Val de Cans (Belém), Marabá, Santarém e Itaituba, três do Acre (Tarauacá, Cruzeiro do Sul e Rio Branco) e dois do Maranhão (São Luís e Balsas).
Levantamento da Aeronáutica mostra que, só no ano passado, foram registradas 936 colisões com aves no Brasil. Do total, 239 ocorrem no momento da decolagem, e outros 143, no pouso. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) divulgou que, só em 2009, o setor perdeu US$ 2 milhões com o reparo de aeronaves avariadas no Brasil por colisões com aves.

A medida preventiva da Aeronáutica não suspende todos os vôos, mas altera as operações a horários ou pistas específicas. No caso do Aeroporto de Parintins, por exemplo, que foi liberado recentemente, os embarques e desembarques estavam suspensos no horário diurno. No Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, o maior do Amazonas, as restrições atingem o lado direito da cabeceira da pista 28.
Consumidores de carcaças de animais, os urubus-de-cabeça-preta (Coragyps atratus), comuns nos céus amazônicos, voam de dia, durante o processo de digestão. O engenheiro agrônomo e presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Antônio Ademir Stroski, lembra que os animais representam riscos à aviação, mas são benéficos para o meio ambiente, pelo fato de comer o material.

Uma dessas aves pode pesar até quatro quilos. Sendo assim, quando uma aeronave a 400 quilômetros por hora se choca contra um urubu, o impacto é equivalente a 12 toneladas. E a segurança do voo não é o único risco provocado pela descarga desordenada de lixo. O presidente do Ipaam adverte que, além da proliferação de urubus, atrai moscas e outros vetores de doenças. Outro risco é a transformação dos resíduos em substâncias solúveis, que acabam levadas para rios e para lençóis freáticos pelas chuvas.

Fonte: Portal Amazônia

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