terça-feira, 9 de agosto de 2011

Operação Mamuru encontra posseiros e serrarias

A Operação Mamuru, desenvolvida pelo governo do Pará com o objetivo de desocupar uma área de 33 mil hectares, que nos últimos anos tem sido alvo de madeireiras ilegais, continuou nesta terça-feira (09) na gleba Curumucuri, a 50 quilômetros de Juruti, município do oeste paraense. A ação é realizada por equipes do Instituto de Desenvolvimento Florestal do Pará (Ideflor) e demais órgãos ambientais e de segurança pública do Estado.
Os agentes ambientais, auxiliados por policiais civis e do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), andaram por cerca de 20 quilômetros dentro da gleba em direção à área que, conforme mostra o monitoramento via satélite do Ideflor, está mais devastada. Ao longo da caminhada, diversos pontos de serrarias móveis foram encontrados.
Segundo os policiais, é possível identificar esses pontos quando há toras ou tábuas de madeira abandonadas. Os extrativistas deixam o material no local do desmatamento quando percebem a presença da fiscalização. A maioria das toras era de madeiras nobre, como Ipê e Maçaranduba, vendidas geralmente para fabricação de móveis.
Posseiros - Além de serrarias móveis, já próximo à área de maior derrubada de árvores a operação constatou duas posses. Em ambas, os homens disseram ser agricultores. Técnicos do Instituto de Terras do Pará (Iterpa), parceiro da Operação Mamuru, informaram aos moradores que eles precisam procurar o Ideflor pois não podem permanecer na gleba, onde o Estado implantará um centro de treinamento de manejo florestal.
“Eles não podem ser regularizados, já que a área está destinada ao centro de treinamento. Um acordo pode ser realizado para a desocupação do local, sem prejuízos para o agricultor e também para o meio ambiente. O Ideflor, que é o órgão gestor da área, poderá dar o melhor encaminhamento”, afirmou Eric Bruno, gerente de Projetos de Assentamento do Iterpa.
O local onde o sistema de monitoramento florestal via satélite do Ideflor localizou o maior números de derrubadas estava vazio, sem ninguém para prestar esclarecimentos. Uma casa com infraestrutura para atender a um grande número de pessoas, como caixa d’água, alimentos, combustível para veículos etc., era a base dos desmatadores.
Investigação - No caso das duas posses encontradas, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) e a Polícia Civil fazão o  procedimento administrativo, podendo autuar os homens por crime ambiental, devido ao desmatamento. Em relação ao local que estava abandonado, os órgãos investigarão o paradeiro do dono do acampamento que, conforme investigações preliminares, é apelidado de “Gaúcho”. Os procedimento serão encaminhados à  Justiça, que poderá decidir pela desocupação imediata dos terrenos.
A partir desta semana, com a ação policial e ambiental, a gleba será ocupada pelos órgãos do Estado, a fim de garantir a segurança no local. Um posto policial fixo será instalado para impedir a extração ilegal de madeira. A Gleba Curumucuri integra um conjunto de cinco glebas conhecido como Mamuru-Arapiuns. O nome faz referência aos dois rios que cercam a região. A área total deste complexo corresponde a 1,312 milhão de hectares.
Diversas comunidades vivem no local, mas a ação predatória tem prejudicado a fauna e a flora da região. Segundo informações do Ideflor, pelo menos 2 mil hectares já foram desmatados na gleba Curumucuri. Com a retomada da área, no local será implantado o Centro de Treinamento de Manejo Florestal do Estado. (Secom)

Fonte: Diario do Pará

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