domingo, 7 de abril de 2013

Mesquita e sua história no timaço de 1971

A geração mais jovem de torcedores azulinos quando pensam em Leão Campeão Brasileiro se lembram do time de 2005, campeão da Série C. Mas se engana quem acha que a tradição do Remo em competições nacionais começou ali. Muitos anos antes disso uma das gerações mais talentosas que o Remo já teve conquistou o maior título que uma equipe da região norte poderia conquistar na época – o título de Campeão Norte-Nordeste. Essa é uma história pouco lembrada pela torcida azulina em geral que a série Cards Super Bola resgata hoje.
O título de campeão da Copa Norte-Nordeste de 1971 foi conquistado após duas conquistas frustradas. Bicampeão do norte em 1968 e 1969, o Remo disputou duas vezes o título Norte-Nordeste, mas não levou muita sorte, perdendo a disputa para o campeão do nordeste. Em 68, o Leão duelou contra o Sport Recife, e sofreu duas derrotas – 3x1 em Belém e 2x1 na Ilha do Retiro. No ano seguinte o adversário foi o Ceará. O Leão venceu a primeira em casa, 2x1 mas a derrota por 3x2 no jogo de volta forçou a realização de uma terceira partida, novamente em fortaleza, e a nova derrota por 3x0 deu o título aos cearenses.
Em 1971. o Remo se sagrou campeão do norte derrotando a Rodoviária-AM na final da competição e se habilitou a enfrentar o Itabaiana-SE, campeão do nordeste. O Leão, treinado por seu ex-goleiro e ídolo François Thym, pela primeira vez decidiria o título jogando em casa. O empate por 0x0 fora de casa aumentou as expectativas e no jogo de volta, em um Baenão abarrotado de gente o Remo quebrou sua sina de bater na trave. Vitória azulina por 2x0, com dois gols de Robilota. O atacante Alcino, então um jogador recém chegado do Madureira e sem status de ídolo azulino, chorou de emoção após o segundo gol, que confirmou o título.
Mais do que uma conquista isolada, o título do Norte-Nordeste seria o passo inicial de uma das gerações mais vitoriosas do clube de Periçá. O time que venceu o Itabaiana apresentava Dico, Jorge Mendonça, Mesquita, Neves e Alcino, nomes que conquistariam o tricampeonato estadual nos três anos seguintes, e construiriam um tabu de 23 partidas invictas diante do grande rival Paysandu, o segundo mais longo da história do clássico.

(Diário do Pará)

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