quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Rodovia Transamazônica foi interditada

A BR-230, conhecida como rodovia Transamazônica, foi interditada ontem por mais de três mil trabalhadores rurais de 12 municípios paraenses, impedindo o tráfego das máquinas que trabalham na construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, entre Altamira e Anapu. Equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério do Planejamento foram ao local negociar a liberação da rodovia, mas os manifestantes dizem que só liberam a pista depois que uma reunião for marcada com o primeiro escalão do governo do Estado.

Cerca de 100 pessoas já haviam bloqueado a rodovia na segunda-feira, à altura do quilômetro 21, em Palestina do Pará, para exigir asfalto e saneamento.

João Batista Uchôa, coordenador do movimento, diz que a ação é pacífica para chamar a atenção dos governos federal e estadual para a situação social em Altamira e na região de influência da usina. "As obras da hidrelétrica já começaram, mas a pauta do movimento social, discutida há 20 anos, não avançou", diz ele. O bloqueio da rodovia deixou 20 quilômetros de congestionamento. Nenhum tipo de veículo pode passar.

A Fundação Viver Produzir e Preservar, que participa do protesto, informa que apenas 40% da região foi atendida pelo programa ‘Luz para Todos’. Dentro do Pará, a BR-230 tem 976 quilômetros entre Marabá e Itaituba e apenas 726 quilômetros foram contratados para asfaltamento, deixando de fora 250 quilômetros entre Medicilândia e Rurópolis. Os trechos contratados são executados com lentidão, devido a problemas com licenciamento da obra e a retirada de materiais.

No que diz respeito aos assentamentos rurais, a entidade diz que não há licença ambiental, o que impede aos beneficiados com a reforma agrária acesso ao crédito. Além disso, os mais de 25 mil quilômetros de estradas vicinais e ramais dos 11 municípios da região da Transamazônica e Xingu não têm verba pública destinada para abertura e manutenção, uma vez que os governos não se entendem em relação à responsabilidade dessas estradas.

Fonte: O Liberal

Nenhum comentário:

Postar um comentário