domingo, 28 de agosto de 2011

Obra de hidrelétrica faz triplicar preço de aluguel na região de Belo Monte

ALTAMIRA - Quem anda pelas ruas de Altamira, cidade-sede da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, não tem dúvidas de que a obra da usina já trouxe desenvolvimento para a região. Em pouco mais de um ano, proliferaram novas construções e estabelecimentos comerciais, além de reformas para ampliação. Mas, junto com o desenvolvimento, veio um problema comum aos locais nos quais a demanda cresce rápido demais em tão pouco tempo: a especulação imobiliária.
De acordo com entidades de empresários do ramo imobiliário em Altamira, os preços dos aluguéis triplicaram na cidade por conta dos migrantes que chegaram para trabalhar na obra. Dono de uma imobiliária em Altamira, Waldir Inácio Rizzo conta que o aumento médio nos preços dos imóveis foi de 200%, mas que chegou a 300% em alguns casos. “Estão faltando imóveis que custavam na faixa dos R$ 500, R$ 600 e hoje estão custando R$ 1,5 mil a R$ 2 mil. Imóveis que custavam R$ 3 mil estão custando hoje R$ 8 mil. O maior aumento ocorreu nos imóveis padrão A e B. Mas, de modo geral, Altamira não tem imóveis suficientes. Não estava preparada [para a chegada de migrantes]“, conta Rizzo.
Além disso, outras empresas prestadoras de serviço também chegaram. Segundo estimativas do Fórum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu), 5 mil pessoas aportaram em Altamira entre janeiro e maio de 2011. Esse número representa 5% do total de habitantes da cidade conforme os dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na esteira do desenvolvimento, Altamira também sofre com um problema típico do progresso – o aumento da violência urbana. De acordo com o delegado Cristiano Marcelo do Nascimento, superintendente regional da Polícia Civil na região do Xingu, o número de procedimentos policiais, como furtos, crimes e outros, cresceu quase 30% no primeiro semestre deste ano. “Existe um aumento da violência na região em razão do aumento populacional. E a equipe continua do mesmo tamanho. Eu sou superintendente, coloco o colete e saio para rua porque faltam homens.”

Fonte: Portal Amazônia

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