quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Médicos pedem desligamento do SUS

Os 12 médicos traumatologistas e ortopedistas que atuam em cinco hospitais particulares de Belém conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) resolveram se descredenciar do sistema. Eles estão descontentes com os valores pagos pelos procedimentos cirúrgicos, atraso no repasse destes pagamentos e falta de estrutura de trabalho. Os profissionais já haviam comunicado a decisão à Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e à direção dos hospitais desde a última sexta-feira (29), mas o Ministério Público Federal recomendou que os médicos fizessem o descredenciamento eletrônico no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde, para que a medida fosse considerada válida.
Ontem, em reunião com o Sindicato dos Médicos do Pará (Sindmepa), a direção da entidade informou aos traumatologistas sobre a recomendação do MPF e eles garantiram que vão fazer o procedimento. Ao todo, o atendimento em cinco hospitais fica prejudicado. São eles: Clínica dos Acidentados, Hospital Beneficente Portuguesa, Hospital Santa Terezinha, Hospital São Lucas e Clínica Cirúrgica Samaritano.
Segundo o diretor do Sindmepa, João Gouveia, os valores pagos pelas cirurgias traumatológicas/ortopédicas chegam a ser "irrisórios", variando entre R$ 50 e R$ 100. "Um exemplo é a cirurgia de ‘pé torto congênito’, que é demorada e complexa, mas o valor do procedimento é de apenas R$ 70", frisa o diretor. Os médicos pedem um reajuste de 350% a 500% (dependendo do procedimento), mas, na mesa de negociações realizada na semana passada com a Sesma, os dois lados não entraram em acordo.
Gouveia reafirma que os traumatologistas já estavam afastados de suas atividades. "Eles já haviam comunicado por meio de documento sobre a decisão, mas, de fato, não haviam feito esse descredenciamento eletrônico. Agora, eles farão o procedimento certo", ressalta. Segundo a recomendação expedida na última segunda-feira pelo MPF, caso a desvinculação eletrônica não seja feita, os profissionais continuam sendo reconhecidos, para todos os efeitos legais, como médicos do SUS.
Fonte: O Liberal

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