domingo, 31 de julho de 2011

Sal e polêmica à mesa dos paraenses

Pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, mostrou que o brasileiro está consumindo em excesso açúcar, sódio e gorduras saturadas e levou o Ministério da Saúde a lançar essa semana uma campanha para estimular a redução desse consumo, a fim de prevenir doenças como a hipertensão e problemas cardíacos. Para os paraenses, cuja culinária é reconhecida por abusos maiores frente aos apelos do sal, a notícia repercutiu e levantou até polêmica entre especialistas: médicos e nutricionistas não concordam totalmente sobre as implicações do tempero para a incidência de males.
A pesquisa do IBGE foi baseada na análise das medidas no consumo alimentar individual de pessoas a partir dos dez anos de idade e levou em consideração tanto a alimentação em casa quanto fora dela. O estudo avaliou indicadores como o consumo de sal, açúcar e micronutrientes, a partir de alimentos considerados positivos e negativos dentro da dieta, os quais podem ser colocados da seguinte forma: entre os positivos estão frutas, legumes, peixes, arroz, feijão, fibras e laticínios; os negativos são biscoitos recheados, pizzas, salgadinhos industrializados, refrigerantes e refrescos adoçados. A afirmativa é preocupante, já que a pesquisa aponta que 90% da população tem uma dieta carente de nutrientes.
Entre os principais vilões da má alimentação estariam os altos índices de consumo de sal. De acordo com dados do Programa Nacional de Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus (Hiperdia), do Ministério da Saúde (MS), no Pará, de janeiro de 1999 a abril de 2011, já são 162.716 os acometidos pela doença, sendo 59.892 homens e 102.824 mulheres. No Brasil, só em 2010 os pacientes passaram de 400 mil.
Segundo esta pesquisa, além do fator genético, um dos agravantes para os números altos seria o fato de a culinária paraense conter muitos pratos salgados, como o vatapá, a maniçoba e ainda os camarões salgados, charque, etc. Segundo a nutricionista Vanessa Lourenço, a alimentação carregada no sal dos paraenses é um problema bastante discutido. “Recentemente, tivemos resultados de uma pesquisa que apontava um aumento no número de casos de câncer de estômago, inclusive. É claro que não podemos culpar apenas o fator cultural ou os pratos típicos como justificativa para os excessos. A vida moderna também acaba acostumando a população a comer de forma errada”, alerta Vanessa.

Fonte: Diario do Pará

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